Temos o total controle?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Confesso a vocês q tenho preguiça(mt!haha) de escrever no pc...sei lá!meu negócio é papel e caneta ou debate cara á cara!haha ..mãs..vendo todos aqui postando suas idéias,opiniões,reflexões e histórias, decidi tomar coragem e contar uma(ao menos em parte) e juntamente expor umas reflexões e dúvidas á respeito q sempre me fizeram”matutar”.
É o seguinte:
Meu vô morreu muito jovem,aos 49 anos de alcoolismo.
Minha mãe e minha vó-toda a minha família praticamente-se lamenta muito pelo fato,apesar de meu vô ter feito minha vó e todos os seus oito filhos sofrerem bastante(!)
...
Sempre que pergunto p/minha mãe ou p/minha vó falarem mais do meu vô antes de começar a’história” elas sempre repetem certa frase-“Seu vô era maravilhoso,um homem muito bom,de grande coração,pena que ele bebia...”-
Pois é..
Mamãe sempre me conta(com os olhos e ar de saudade,até meio tristonha como se quisesse ter aproveitado mais tempo ao lado dele)que ele era muito tranqüilo,engraçado,brincalhão,bom de verdade.Quando estava sóbrio.
Minha mãe diz q ele fazia muitas brincadeiras com dinheiro,aquela de colocar dinheiro numa mãe e pôr pra trás,quem adivinhasse em qual estava ficava com o dinheiro(meu pai tmb fazia isso cmg*.*) ,ou escondia pela casa,e qm achasse,era dele!hahaha
Mamãe contou-me tmb q naquela época os bailes começavam cedo,não é q nem hoje em dia q começa no horário em q antigamente acabava ou até mais tarde.Por isso com á condição de minha vó q minha mãe e minha tias levantassem cedo e deixassem a casa brilhando, meu vô deixava elas irem ao baile sem problemas.Nunca brigou.E como trabalhava na prefeitura sempre pegava ingressos p minha mãe e minha tias para irem, ao parque ou ao circo...Além d inúmeros sorvetes,doces..o paizão q todo mundo quer!...
Mas,como nem tudo nessa vida são flores não é meus amigos,meu avô,Nabor Paiva,tinha um problema seríssimo,bebia,e quando bebia se TRANSFORMAVA dentro de casa.
Quando começava a beber no bar e ainda não estava completamente alcolizado,ainda mandava buscarem(quem quer q precisasse) roupas dele lá na casa da minha vó.Ato nobre não.
Mas,quando em sua corrente sanguínea pulsava álcool total mamãe diz q ele chegava em casa quebrando tudo,garrafas,porcelana,potes,arremessava panelas na minha vó,os oito filhos se escondiam num quarto q não tinha janela todos juntos e ele dizia q ia botar fogo no quarto mesmo com todas as crianças dentro.Um terror!Imaginem!Fico impressionado toda vez que mamãe me conta essa história!..
Até q vovó começou a esconder as crianças no quarto da frente, assim elas podiam pular a janela,e os vizinhos podiam ajudar,bem nem todos!Mamãe e vovó dizem q mts vezes os vizinhos com medo de se “intrometer” não ajudaram.(!!!)
Fora certa vez, quando em um dia chuvoso mamãe estava assistindo um desfile de rua do interior e vovô bêbado pegou o guarda-chuva e começou a bater nela do nada embaixo de mts raios e trovões(minha mãe não se curou do medo disso até hoje).
...
E então depois de ouvir esses e outros relatos me pergunto=
“-Então..meu avô...Nabor Paiva,era mau?
Mas se quando estava sóbrio ele fazia tantas coisas boas e tentava ajudar ao máximo as pessoas,como ele podia ser MAU?..
Ele então tinha dois lado?Um bom outro mal?
E ele escolhia o que queria ser naquelas horas ou não tinha o CONTROLE?”

Me faço mil perguntas querendo ter resposta para todas elas.
Creio que meu vô era sim um ser humano bom,o problema era que uma coisa mais forte e vinda de fora-a bebida- o fisgava e o fazia perder o controle de si mesmo.Não tendo controle de si perde-se o controle de seus atos,palavras..
É fácil de entender!Vejamos nós!Eu!Vocês!Todos simples seres humanos diante de”mil mazelas naturais a que a carne é sujeita”.
Podemos TENTAR ser bons com todos até os que não merecem,podemos tentar ser legais com quem não é,podemos amar quem não nos ama,podemos nos esforçar e correr atrás.Podemos sim.Porém no mundo á muita gente má,muita gente que pouco está se lixando pro ‘resto”.E aí vc fica naquela dúvida-Poxa,pq fulano ou ciclano é assim?Pq eu preciso ser bom se ele/ela não é?...
É...esse mundo tem armadilhas tão bem estruturadas que fica difícil de escapar..
Eu mesma TENTO sim,á cada dia melhorar,ser legal com quem não é,pegar as dificuldade da vida pelos braços e arremeçá-las p beeem longe de mim.Mas não é fácil.
É DIFÍCIL.Muito difícil!
Dar bom dia á quem não me dá,sorrir p qm não sorri p mim,ajudar qm pouco liga p mim,ser leal e sincera com qm não merece!Caramba cara!Eu não agüento não!Não agüento e me culpo por isso!mas a culpa não é minha!pOxa!...É muito mais fácil jogar td pro alto, ser mal-educada e andar com um punhal pessoal de defesa.Vai dizer q não!
O que quero dizer é que mesmo q sejamos uma coisa e saibamos o q somos,o mundo,a vida, as coisas, as pessoas(ALGO DE “FORA”)ás vezes nos fazem PERDER o controle do que somos e do que fazemos ou podemos fazer.Assim como no caso do meu vô...
Ou vocês pensam diferente?



“Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo, a afronta do opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do amor humilhado, as delongas da lei, a prepotência do mando e o achincalhe que o mérito paciente recebe dos inúteis, podendo ele próprio encontrar seu repouso com um simples punhal?”

ps:Essa última parte me refiro á nós no nosso dia-á-dia não á situação do meu vô táh?hahaha

6 comentários:

Fábio Freitas disse...

Em primeiro lugar, devo dizer que vc escreve muito bem Mayara, deveria postar mais. Adorei o que escreveu.
Bem... Eu acho que... Sei lá, entendo seu ponto de vista, entendo bem. Penso que os familiares do seu avô tem sorte de não terem guardado mágoas de quando ele bebia. Acredito que eu teria guardado. Tenho histórias minhas parecidas com essa e eu guardo mágoa. Fico de boa, mas tem dias que do nada vem certas lembranças que me fazem querer sair esfregando tudo na cara da pessoa, saca? Mesmo que faça tanto tempo.
Sei não... Bebida é complicado. Não posso falar do caso do seu avô mas no caso que eu conheci, creio que havia um pouco de rebeldia juvenil atrasada não vivida, insatisfação com a realidade em que vivia, uma boa dose de vontade de se alto-afirmar (que eu tanto odeio), hipocrisia e uma bela de uma falta de vergonha na cara! Mas, pensando por outro lado - não que isto signifique que deixo de lado o que disse agora - a bebida tem um poder muyito grande sobre nós: ao bebermos falarmso a verdade, choramos, desabafamos, esfregamos mágoas e despeitos na cara dos outros e claro, passamos vexame. O saldo é uma bela dor de cabeça no dia seguinte, enjôo pelo resto da semana e a vontade de voltar atrás e desfazer os momentos em que vc foi o divertimento dos outros. Válvula de escape talvez. Não é pra isso que nos embriagamos?
Creio que os sentimentos ficam mais intensos sob o efeito do álcool e tudo que é dito é apenas a verdade. Isso é complicado pois não se volta no passado e, pelo menos para mim, o que me é dito sob este estado, é totalmente levado a sério e me causa impressões profundas.
Se seu avô era bom ou ruim, acho que depende do ponto de vista de quem vê. olhando assim de fora, para ter sido uma boa pessoa, mas se eu olhasse de dentro me conhecendo como me conheço, provavelmente teria outra opinião, pois penso que um erro é pouco, dois é bom e três é demais! se bem que nesse caso de violência alcoólica, só um já é demais. Falo isso me baseando em minhas próprias experiencias com outras pessoas e não condenando seu avô que foi um caso que eu não conheci...
Nossa gente, vcs estão postando umas coisas que mexem muito comigo e com minha memória remóóóta(ou nem tanto!), dá até medo de ler! Rsrsrs! Melhor eu me calar se não fico filosofando horas aqui!
Sei lá Mayara, vc parece ter admiração pelo seu avô que nem conheceu. Me pergunto se esta admiração existiria se tivesse presenciado tudo isso. Fatos como este me tornaram um pouco amargo e previamente eu me respondo que não. No seu lugar não haveria admiração de minha parte se eu tivesse presenciado. Mas cada um, cada um. Será que teria sido bom vc ter conhecido seu avô nesta época? (...)

Amell disse...

Para quem não gosta de escrever no computador, você foi surpreendente!
Bastante profunda sua reflexão!
Aquele texto grifado no final é seu ou você copiou de algum lugar? Ele resumiu bem o conflito que você colocou.
Achei muito interessante você colocar a questão do lado mau em função das hostilidades externas. Creio que isso é o que mais acontece.
Acho que você expressou bem o dilema cotidiano da divisão humana entre bem e mal.
Muito bem, linda!
Amell

Tatty Ramalho disse...

Pois é, conheço BEM de perto uma história um tanto quanto parecida... E aí as pessoas culpam quem? A bebida... "Ele era uma pessoa maravilhosa e a bebida acabou com ele". Claro que as vezes pode ser que saia do controle mas é o que eu digo: a culpa não é da bebida, a culpa é da pessoa, da fraqueza da pessoa. Se a pessoa não quer ser "curada" pois acredita que está tudo sob controle, não adianta o mundo todo e a família toda desejar o contrário! Sabe aquela velha história do "posso parar quando eu quiser?". Não é porque uma pessoa é BOA que ela não tenha atitudes ruins... Não é porque ela faz de tudo pra todos e todos a amam que ela não possa sair do controle e magoar a todos que estão por pertos. É que é mais fácil falar dos outros, mas se pararmos pra pensar, todos nós já tivemos atitudes ruins e porque não dizer até "perversas"? Que atire a primeira pedra quem nunca desejou ou fez o mal para alguém... Quem nunca fez já imaginou! E aí a gente volta àquela pergunta: existe alguém 100% bom????

Lucas Gurgel disse...

Mayara.......
A sua história, o seu texto, me conveu demais. Ficou muito bem escrito.

Quanto a tudo isso que tenho visto aqui no blog devo dizaer que devíamos ter mais tempo de curso e ainda um tempo para fiacarmos discutindo sobre essas questões. Algo ao vivo é sempre mais rápido, prático. Trocaríamos um número bem maior de idéias.

Mas esse comentário pode ser apenas de um revoltado. O blog tá fazendo bem esse trabalho. Mas o fato é que eu hoje tô revoltado, pois ao ler o texto da Tati "Você X Você mesmo" eu me empolguei com algumas respotas particulares que tenho a questões levantadas. Bom, eu perdi o que havia escrito e ai desanimei.

Quem sabe eu não me animo uma hora a escrever tudo que havia escrito (e mais).


Um abrço a tds
e até logo, Amuletos

Joelma Xavier disse...

MAYARA
SEI O Q E ISTO VIVO UM CASO NA PELE CUM MEU PAI..INFELIZMENTE AS PESSOAS SÃO FALHAS...TODAS AS PESSOAS... AQUELE Q NUNCA PECOU JÁ ESTÁ PECANDO,POIS PARA DEUS TODO NÓS SOMOS PECADORES E TEMOS FRAQUEZA.

Laura Amaral disse...

Eu acho que é dificil poder falar qualquer coisa, de se ele foi fraco, se era bom ou mau, ou algo do tipo. Só estando na situaçao dele, é aquela velha historia de julgar os outros. Bom, nao conheço ninguem, tambem acho que se a pessoa quer ela pode parar, mas ninguem sabe o que é ser alcoolatra e eu acho que em cada pessoa, em cada situaçao as coisas sao diferentes. A bebida pode revelar as pessoas, só que o problema é que quando vc briga com alguem voce fica com raiva da pessoa, mas nunca iria partir para algo pior, mas com a bebida é difícil de se controlar, não acho que a destruiçao deste filtro que temos mostre quem realmente somos, porque este filtro sao os nossos proprios valores, aquele que voce define pra si mesmo o que é certo ou errado, o seu bom e mau. Por tanto acho que um alcoolatra nao tem como ser bom ou mau, ele age sempre por impulso. POis é, como já disseram, todos somos pecadores, e imaginem se nao controlassemos os nossos pensamentos? Como seria? Seriamos como as crianças ou elas tambem sabem controlar? Ou seriamos como os alcoolatras? Como seria o mundo?
Bem, tentando voltar ao assunto, só cheia dessas de me perder no que estou pensando...
Voltando ao assunto de outro texto, o bom e o mau depende do ponto de vista de cada.
Acho que sempre que temos que lembrar de uma pessoa que nao está mais conosco nao é melhor pensarmos nas boas recordaçoes? Naquilo que te fez amar a pessoa? No que valia a pena? No que a pessoa tinha intençao de fazer?
Bom, parando que eu me perco a todo instante
Escreva sempre Mayara
Até amanha gente

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